COMENTÁRIO DO RAFINHA
A família aqui são os Sonnenschein. As três histórias são narradas pelo ponto de vista de Ivan. Ele nos conta uma breve história de seu tataravô, que inventou um tônico fortificante. Logo somos transportados para a vida de Ignatz (Ralph Fiennes), um juiz que se apaixona pela irmã adotiva, que na realidade é sua prima. Nesta primeira história o fato da família ser judia pesa apenas em tradições. O casamento de irmãos é proibido e o de primos também. O amor de Ignatz com Valerie (Jennifer Ehle) é proibido e seu casamento causa polêmica e problemas na família. O problema fica mais constante quando eles resolvem mudar de nome para a carreira profissional. Ainda existe um outro problema, o fato do irmão dele ser um revolucionário comunista.Na segunda geração acompanhamos a história de Adam Sors, filho mais novo de Ignatz e Valerie. Esse não é muito ligado para política e começa a ser um forte praticamente de esgrima. O tempo passa e ele acaba sendo a grande revelação do país e vai até para as Olimpíadas, onde tem de se converter ao catolicismo. Sua história de amor é muito envolvente: ele é casado, assim como seu irmão. Mesmo feliz ao lado da mulher, ele não resiste a tentação e acaba traindo duas pessoas das quais ama muito no mundo, seu irmão e sua mulher, ao começar a ter um caso com Greta Sors (Rachel Weisz). A coisa se complica quando a Alemanha chega ao país, e mesmo tendo sido herói olímpico ele acaba indo para um campo de concentração com o filho.Então começa a história de Ivan, o narrador da história. Esse sim é mais voltado para a política. Ele é um policial que quer punir os fascistas. Porém, a política o engana e ilude completamente, e tudo o que foi prometido não passa de pura mentira. Sua história de amor é com uma policial. Claro, também é um amor proibido, pois ela tem marido (de forte influência) e dois filhos.Sem dúvida alguma o filme inteiro é muito bom, entretanto a segunda história é a melhor disparado. Essa segunda parte explora de maneira magistral o sofrimento dos judeus contra os fascistas. Ainda temos o romance mais envolvente e humano. O modo com que o personagem conquista sua futura mulher é brilhante. Mais brilhante ainda é o modo genial com que o caso com a mulher de seu irmão começa e se desenvolve. E o termino dessa "geração" é simplesmente primoroso.Politicamente falando, a terceira parte é a mais forte e contundente. Aqui a trama é pesada e o romance é mais dramático. Nesta parte é quando o filme começa a "atirar para todos os lados", criticando fortemente governo e suas mentiras. Porém é um filme sobre esperança e vida e como o mundo dá voltas e mais voltas, mas acaba caindo no mesmo buraco. Existem alguns diálogos que são bastante explícitos e descontrolados. O diretor István Szabó não poupou ousadia na direção e muito menos no roteiro, que também foi escrito por ele."Sunshine - O Despertar de um Século" traz uma detalhista história sobre amores impossíveis, política, família, preconceito, racismo, fascismo e muitas outras coisas. O tema é tão interessante e atraente que as 3 horas de duração passam levemente. O bom trabalho da produção deu ao filme um visual bonito, luxuoso e elegante. Além disso, não podemos esquecer de destacar o brilhante trabalho de Ralph Fiennes interpretando as três gerações. É brilhante o modo com que ele altera no perfil e no estilo de cada personagem, dando um jeito, uma maneira, uma personalidade diferente. "Sunshine" foi esquecido nos cinemas e merece ser descoberto em vídeo e DVD.
